No divã

Na maior parte do tempo, calo os gritos que minh'alma guarda e fico horas a escutar as reclamações de meus amigos. Escuto,escuto e aconselho ao ponto de me aliviar como se tivesse, sentado no divã por horas e jogado todas as minhas angústias ao vento, ao invés de somente escutar. Parece que escrever e aconselhar os outros, se tornou algo que me alivia... Meus lábios ao aconselhar as pessoas e minhas mãos a escrever. Parecem ser a melhor valvúla de escape por tudo, ao passar do tempo aqueles problemas que achava que tinham sido resolvidos através do meu "alivio"... Realmente só aparentam sumir, eles se guardam dentro de mim, sem nenhuma organização, se juntam sem dó em uma fila de problemas, todos querendo solução na mesma hora parecendo a fila do Sus... Pois é, até mesmo as pessoas que são a fortaleza de outros em alguns momentos se colocam em conflito, sem rumo... A diferença está no modo em se enfrentar os problemas, em colocar prioridades acima deles e saber resolver seus problemas sozinhos, ao contrários do que me procuram...Foi preciso aprender a resolver os problemas sozinha, me olhar no espelho com o rosto inundado por lágrimas e me incentivar a sorrir, não por necessidade minha... Mas com o tempo percebemos que é preciso seguir, sorrir as vezes se torna algo que não é apenas necessidade nossa e que outros precisam do nosso sorriso para seguir em paz, sorrindo e contagiando as pessoas de tal forma a nós convencer que somos realmente felizes, se preocupar com o próximo ao ponto de sermos felizes e a resolução dos nossos problemas se encontrar no secar das lágrimas dos outros... No amar ao próximo como se realmente fosse você.